19 julho 2010

Os Panos


Uma mulher nua ou seminua
É um sol, uma vermelhidão,
Vendaval da carne,
Criatura do prazer profuso,
Gêiser acre de quem faço uso,
Abrindo-me a mão à contramão,

Mas uma mulher oculta,
Disfarçada sob os panos,
É a preciosidade bruta,
Projeto de longos anos.
Tal ser é como a negra lua,
Que por não vermos, imaginamos.
Serão quais e tais uns seios?
Tais coxas, quais e umas serão?
E o ventre, frio ou ardente,
Abraçará os panos do meu coração?
Tal ser é como a negra lua,
Que por nada ser todo ser criamos.



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