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20 maio 2009
Ouça Canções de Fernando Caldas
05 maio 2009
Dez Minutos
Convidaram-me para uma entrevista. A ocasião era para se divulgar o meu recente show musical. Aquele em que eu me despedia de Itabuna para ir morar no Rio de Janeiro. Marcaram para as dezoito horas, “pontualmente”, concluiu a secretária da emissora radiofônica. Mas não seria nesse dia que o meu problema com os minutos se teria resolvido. Cheguei as dezoito e dez, atônito. Para surpresa minha, encontrei o repórter chegando àquele horário, também atrasado dez minutos. Sorrimos e não houve problema. Apenas o dono da emissora se aborreceu por ter que enfiar uma trilha sonora extra. Certamente, alguns ouvintes, acostumados à rotina da precisão estranharam o deslize, mas nenhum telefonaria reclamando.
O Futuro das Relações Afetivas - As Real Doll
Os mitos fundantes do romantismo, cuja referência primeira é “Tristão e Isolda”, no século IX, ganharem força no Renascimento e persistem até esse início de século XXI. Entretanto, dia-a-dia, sobretudo os jovens, vêm propondo novas experiências relacionais, inspirados pelo absoluto fracasso do modelo romântico das relações. Embora continuem motivados pelo mito da relação amorosa, do encontro com a suposta alma gêmea, os adolescentes, já no final do século XX, passaram a introduzir novo formato nas interações. Eles efetuam uma série de tentativas, repletas de acertos e erros, com muitos parceiros. Como na Antiguidade, busca-se o prazer, prioritariamente, e não o amor. E, mesmo se ocorrer o encontro amoroso, ele viverá sob uma continuada pressão. Isso não quer dizer o fim do amor ou que o amor jamais tenha existido, porém, significa que a associação do amor ao casamento é um arbítrio. A absoluta maioria dos casamentos é mantida por interesses estranhos ao amor. Em verdade, os que se amam raramente ficam juntos. É muito fácil, nesse particular, enxergarmos os reais motivadores dessas uniões. Grosso modo, as pessoas se mantêm casadas por dinheiro, sexo ou carência. O ritual do acasalamento moderno inclui roupas caras, lingeries, jóias, carros, passeios, imóveis e tranquilizantes, todos eles, bens de consumo adquiríveis.
E o futuro das relações afetivas? Tudo indica que o romantismo não existirá. Ele fracassou, criou relações doentias, passionais, obrigou as pessoas à mentira e à hipocrisia, produziu homens e mulheres frágeis, casais dependentes, utilizando um ao outro como muleta. O futuro das relações está diretamente ligado à evolução do autoconhecimento, às investigações do genoma humano, à superação das superstições: o desaparecimento da crença em Deus, em espíritos, mestres invisíveis ou naquilo que não se pode provar, enfim. Somos uma espécie animal e só, e é muito. Um observador neutro que nos tivesse estudando há milênios, saberia elaborar um gráfico de padrão de comportamento. A biologia humana, como a de qualquer espécie, é mensurável: fazemos guerra, versos, cidades, sapatos, funerais, tecnologia etc. Também faz parte do nosso repertório à criação de símbolos. Gostamos de representar e projetar. Mas, porque somos objetos e sujeitos, vivemos essa mitologia sem nos dar conta. O ser humano do futuro dominará as informações sobre si mesmo, como hoje cataloga o comportamento de uma galinha ou de uma formiga. No âmbito das sensações do afeto, isso significará relações moldadas na racionalidade. A amizade será entendida como uma ilusão da mente. Os casais não residirão sob um mesmo teto (porque isso é uma das maiores loucuras já instituídas). Ninguém sustentará ninguém e os filhos serão responsabilidade coletiva.
Quanto ao sexo, será preferível realizá-lo com andróides. Hoje, já encontramos no mercado bonecas excepcionais, as chamadas Real Doll, quase idênticas às mulheres de verdade. Nos próximos anos, essas bonecas serão incrementadas pela tecnologia robótica, poderão falar e fazer algumas atividades domésticas básicas. Serão amantes perfeitas. Pois elas são lindas e possuem tudo o que um homem pode querer de uma mulher.
04 maio 2009
Igualdade entre os Homens: A grande Farsa
Não existe palavra mais subjetiva e incerta que igualdade. Etimologicamente, o termo tem origem desconhecida. Neste particular, o ano de 1799 é emblemático, pois marca a conclusão da Revolução Francesa, com Napoleão se tornando Cônsul da República, e é quando primeiro se houve falar em “igualdade entre os homens”. Até então, especialmente na Antiguidade, tal afirmativa soaria absurda. Mas ela acabaria, em 1948, por desencadear a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Não é difícil demonstrar por que a palavra igualdade é tão equivocada: não existe coisa alguma igual à outra coisa! Tal fenômeno só ocorrerá em tautologias, que são as redundâncias de pensamento, tão usualmente praticadas por muitos, como “acabamento final”, “elo de ligação”, “há anos atrás”, “abertura inaugural”. Na lógica, são modelos que, independente da valoração de suas fórmulas atômicas, resultam verdadeiros, (A U ~A). Na matemática, temos (F = m.a) ou (e= mc2), ou seja, toda vez que eu afirmo, no predicado, algo que está no sujeito, tenho uma tautologia. Dizer 2 + 2 é o mesmo que dizer 4. Ao definir círculo, estou definindo redondo, e assim por diante. Tanto no raciocínio puro quanto no mundo factual, não existe algo como igualdade. Em verdade, todas as coisas são desiguais.
A ideia de igualdade entre os homens é insana. E não há como defendê-la. Salvo através de falácias. Alguém pode dizer, “Somos todos iguais, porque Deus existe”, ou ainda, “Somos humanos, logo somos todos iguais”. No primeiro caso há uma Falácia de Afirmação do Consequente, quer dizer “Se Deus existe, então somos todos iguais”. Contudo, a existência de Deus não se pode provar logicamente, logo, associar a igualdade dos homens a Deus é um erro. No segundo exemplo, há um Acidente Inverso ou Generalização Apressada, o fato de sermos humanos não nos leva necessariamente a uma igualdade. No máximo, podemos afirmar que pertencemos a uma mesma espécie animal, assim como o Canis familiaris. Entretanto, não há como afirmar que um pastor belga é igual a um lhasa apso.
Para defender o ideal de igualdade entre os homens se tem usado muito o Argumentum Ad Baculum, ou seja, o apelo à força, tentando convencer a outrem de uma suposta verdade. Uma espécie de patrulha ideológica, a instauração de uma premissa hegemônica e massificada. Em nossos dias, não há quase vozes que se digam contrárias ao sistema de cotas para estudantes negros. Tal sistema, por sinal, vale-se de outra falácia, o Argumentum Ad Misericordiam. Afinal, os argumentos que o defendem apelam para a situação de miséria e discriminação histórica, sofrida pelos afro-descendentes, como justificativa para compensações necessárias etc. Sempre se utilizando de imagens mais emotivas que lógicas. Tudo fazendo parte de uma estratégia governamental, a gastar milhões de reais com a mídia na divulgação de tais princípios, incorrendo, dessa forma, em mais uma falácia, o Argumentum ad Nauseam, que se resume à repetição exaustiva de determinado argumento até que se convença pelo casanço, pela náusea.
Os defensores das igualdades se utilizam ainda do Argumentum Ad Novitatem, afirmando que o tratamento preferencial dado às comunidades negras e indígenas é algo novo na história do Brasil, logo, tem valor de verdade. A seguir, apelam para a falácia do Argumentum Ad Numerum, inferindo que a maioria dos brasileiros concorda com o tratamento desigual entre as raças. Para isso, políticos, artistas, professores, juristas etc sobem em tribunas e utilizam o Argumentum Ad Populum, tentando converter a audiência em adeptos. E é claro que reforçarão seus discursos com citações de autoridades intelectuais defensoras dos regimes de cotas e inclusão. Nesse caso, incorrem no erro da falácia do Argumentum Ad Verecundiam. Afinal, a opinião de uma pessoa notória não é verdadeiro apenas por ter vindo dela.
Como não passarão na prova do raciocínio, os advogados da teoria da igualdade entre as pessoas, como defesa, utilizarão da Bifurcação, quando dizem: “Ora, ou os homens são iguais ou eles são diferentes, se são diferentes você está querendo dizer que há homens superiores a outros”. O erro nessa falácia está da limitação das possibilidades matemáticas, “ou isso ou aquilo”. Demonstrar que não somos iguais não significa negar possibilidades outras de enunciados logicamente plausíveis. Por fim, citemos o argumento Circulus In Demonstrando, como o nome indiga, um raciocínio reduntante. Pode-se dizer, “ Os negros devem ser tratados desigualmente porque passarão a ter privilégios e se interessarão pelos estudos e crescerão socialmente, por isso os negros devem ter privilégios e ser tratados desigualmente”. Trata-se de uma circunferência amplamente ilógica, sem quaisquer provas plausíveis do que se diz.
Temos uma Constituição Federal ampla. O simples cumprimento do artigo 5º já seria suficiente para nos fazer uma nação. Infelizmente a sociedade é regida prioritariamente pela passionalidade, e não pela inteligência (vide “O homem cordial”). O pensamento de Karl Marx criou uma religião duradoura, hoje, impregnada em segmentos de toda ordem. O mito da luta de classes permeia as nossas salas de aula, os sindicatos, os órgãos públicos e os jovens em geral. Porém, a única forma de tornar os homens iguais é pela força. Desenha-se, no Brasil, um comunismo, através de arbítrios, e o que vem por aí cheira a assustador. Pois esses modelos classistas, comunitários, construídos em assembléias, fóruns, associações etc, erguem-se contra a mais sublime expressão do universo, que é a diferença. Diferente composição anatômica entre uma gota d’água e outra, diferente estrutura entre uma célula sanguínea e um neurônio, diferente rio a fluir, incansavelmente.
Esses homens e mulheres que estarão mais uma vez dispostos a matar e a morrer em nome de suas verdades, em nome de um mundo igualitário, falaciosamente, como vimos, terão como inimigos todos nós, os românticos, que amam o individualismo, o drama humano, a questão do saber e do ser. Nós, cuja essência está nos versos, na transformação de crisântemos em azuis. Nós, os escapistas, que preferimos miosótis. Que deixaríamos os pretos todos à míngua desde que nossa amada jamais nos abandonasse.
03 maio 2009
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- Voz de Mim
"Voz de Mim" é o primeiro disco de Fernando Caldas.Foi gravado em 1996, em Itabuna/BA.
Faixas:
Faixas:
1. Foi DeusQue Fez Você
2. Drão
3. Sintonia
4. Assim Caminha a Humanidade
5. Marina
6. Dia de Domingo
7. Gente Humilde
8. O Mundo é um Moinho
9. Desde Que o Samba é Samba
10. A Maçã
11. O Caderno
12. Força Estranha
13. Negue
14. Boiadeiro
15. Errei, Erramos
Faixas:
Show de Fernando Caldas no dia 18 de Junho no Centro de Cultura Adonias Filho
Conheça o trabalho de Fernando Caldas; baixe gratuitamente em MP3: